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Ribeirinhos: por que você precisa conhecê-los melhor?

Criança ribeirinha segurando tucunarés. Foto: Ricardo Oliveira | Tapajós: criação do estado pode afetar os mais pobres
Criança ribeirinha com tucunarés | Foto: Ricardo Oliveira/Revista Cenarium

Você sabia que existem mais de 7 milhões de ribeirinhos em todo o mundo?

Pois é! Eles são os moradores das regiões de várzea, ou seja, vivem em casas que ficam na beira de rios.

Aqui no Brasil, estão pela maioria dos estados, mas por viverem em regiões distantes, muitas pessoas não conhecem sua forma de viver, que é muito interessante.

Agora, conheça 5 curiosidades sobre essa população e, então, descubra como ela é importante para a vida não só da região onde vive, mas de todo o planeta.

1. Os ribeirinhos são os protetores da Amazônia

Antes de tudo, você precisa saber que, por cuidarem tão bem do bioma, da fauna e da flora, essa população protege grande parte das florestas.

Aliás, aqui no Brasil, os ribeirinhos estão presentes de Norte a Sul, principalmente na região Norte.

Dessa forma, são responsáveis por mais de 40% do território brasileiro, pois, como moram na beira dos rios, cuidam não só de onde moram, mas de todo o entorno.

2. Eles movimentam a economia da região

De forma resumida, as principais atividades de subsistência dessa população são: a pesca, o cultivo de plantações, como o açaí, o pastoreio de animais, entre outras funções essenciais.

O Pará, por exemplo, é o principal produtor de açaí e quem cultiva esse fruto, em sua maioria, são os ribeirinhos.

3. Os ribeirinhos fortalecem a veia cultural

Por viverem entre o rio e a terra, as comunidades valorizam a potência da natureza.

Segundo matéria da Carta Capital, muitos costumes e mitos ancestrais estão presentes, diariamente, na vida dessa população.

Inclusive nas brincadeiras das crianças, que desde pequenas já descobrem a importância do que é singelo e puro e, assim, fazem das florestas seus palcos. 

Além das brincadeiras, há diversas expressões ribeirinhas que compõem a riqueza da língua portuguesa. Nas tibancadas, por exemplo, onde as mães e os pais usam para lavar roupas, as crianças brincam de trampolim.

4. Eles enfrentam as cheias dos rios com muita coragem

Infelizmente, todos os anos, há períodos de fortes cheias em quase todas as regiões ribeirinhas do Brasil.

Por meses, a população ribeirinha vive nessa situação e, quando o nível do rio atinge a parte interna da casa, a Defesa Civil orienta que as famílias deixem o local temporariamente, até o período de cheia passar.

“Nós íamos pra cidade e a casa ficava submersa. Quando a gente voltava, tinha que trocar metade das tábuas”, comenta José Coelho, ribeirinho e idealizador da Casa de Várzea, projeto de moradia digna para ribeirinhos.

José Coelho é o ribeirinho que idealizou o projeto Casa de Várzea
José Coelho, ribeirinho e idealizador do projeto Casa de Várzea | Foto: Arquivo Pessoal

5. Os ribeirinhos jamais abandonam suas raízes

Vamos refletir: assim como você não gostaria de sair da sua casa, eles também não, pois é uma vida inteira enraizada ali.

Na verdade, é mais que uma vida – uma família, uma história, uma cultura, uma comunidade construída.

Com certeza, por todo o histórico de preservação da região, eles merecem moradia digna e segura para que não precisem abandonar o lar durante as cheias.

Muito menos ter que recomeçar todos os anos, trocando as madeiras e móveis apodrecidos.

De ribeirinho para ribeirinho: o Projeto Casa de Várzea

Portanto, oferecer proteção à vida, à saúde e à economia do ribeirinho é preservar o bioma amazônico. É preservar vidas.

Pensando nisso, José Coelho idealizou a solução para os problemas que essa população enfrenta: o projeto Casa de Várzea. 

Casa de Várzea é a solução para os ribeirinhos
Imagem 3D do projeto Casa de Várzea | Foto: Várzea Construção Sustentável

No entanto, para que a população ribeirinha tenha acesso ao projeto, é preciso que essa iniciativa se torne uma política pública.

Ou seja, seria muito bacana se você nos ajudasse a compartilhar o projeto e, consequentemente, a mudar a realidade do povo ribeirinho.

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